Aprilia RS 50. Brinquedo para alguns, escola de SuperBrikes para outros.
sexta-feira, 26 de março de 2010
Fundada em 1968 para produzir bicicletas em pequena escala, a italiana Aprilia daria importante passo rumo à fabricação de motocicletas apenas dois anos depois, por conta da paixão do irrequieto filho do sócio, Ivano Beggio, que iniciou a construção de motos especiais para competição, especialmente no fora de estrada. Em 1975, a própria marca incorporaria a produção, em escala industrial, para logo depois, em 1980, abandonar a fabricação de bicicletas em razão do sucesso comercial das motos. A meteórica história da marca, estabelecida em Noale, Norte da Itália, é tão acelerada como sua ligação com as competições.
Em 1985, entrou no circo da motovelocidade, categoria 250, conquistando títulos e o respeito mundiais. Especialista em motos de baixa cilindrada, saltou para modelos superesportivos e maiores com a mesma agilidade. Atualmente, controlada pela também italiana Piaggio, produz uma linha de motocicletas de alto desempenho, como a RSV 1000R, que compete no mundial de superbikes, comandada pelo veterano piloto Max Biaggi. A nova motocicleta RS 50 tem o desenho e a esportividade inspirada na irmã maior, embora tenha somente 50cm³. Um brinquedo levado muito a sério, construído com tecnologia de ponta e componentes de última geração.
Tecnologia
Normalmente, as motocicletas de baixa cilindrada, com desenho inspirado nas esportivas maiores, pecam no desempenho. Claro, não dá para comparar um modelo de 1.000cm³ e quase 200cv com uma simples réplica de apenas 50cm³. Esses modelos servem mais para satisfazer o ego dos pais, que assinam o cheque nas concessionárias, se espelhando nos filhos pequenos. Além disso, fidelizam a marca, pois um dia os baixinhos vão crescer e assinar seus próprios cheques. Mas, certamente, para comprar motos bem maiores. A Aprilia RS 50 quer mudar essa história, oferecendo desempenho acima da média do segmento desde o início.
Para tanto, não economizou em tecnologia e materiais nobres, além de caprichar no visual. O quadro, desenvolvido por meio da experiência nas pistas, é construído em alumínio, com arquitetura do tipo perimetral, embora o motor ocupe pouco espaço em função do monocilindro. A balança da suspensão traseira também é em alumínio, assim como as pedaleiras. As rodas, igualmente em liga leve, são calçadas com pneus radiais esportivos, sem câmara. O freio dianteiro tem disco único, com nada menos que 300mm de diâmetro, comparável ao tamanho empregado em motos superesportivas, mordido por pinça radial, usada em competições.
O Brinquedo
O freio traseiro também é a disco, com 180mm de diâmetro. O conjunto garante frenagens imediatas e de precisão cirúrgica, para alívio dos papais. Já o motor vai provocar reações contrárias e deixar os cabelos em pé. É um propulsor do tipo dois tempos, já que os equivalentes do tipo quatro tempos são mais pesados e comportados e não proporcionariam o desempenho desejado. Desenvolve 8,5cv a 10.000rpm e tem refrigeração líquida. A alimentação é por carburador, própria dos motores do tipo dois tempos. Todo o conjunto, incluindo o câmbio de seis marchas, pesa somente 15kg. O motor de ronco forte tem o escape com saída alta, sob a rabeta.
O conjunto das suspensões também é esportivo. A dianteira da grife Marzocchi conta com garfo invertido, com barras de 40mm de diâmetro e 120mm de curso. Medidas superlativas para uma cinquentinha. A suspensão traseira tem único amortecedor regulável, com 110mm de curso. A carenagem foi desenvolvida em túnel de vento e é inspirada no modelo RSV 1000R, com faróis duplos. O visual é de uma moto maior e a ergonomia deixa o piloto mirim encaixado no tanque, que tem capacidade para 13 litros. O painel é completo, com o conta-giros analógico e tela digital. Tem até cronômetro de voltas, como nas superesportivas puro-sangue.
Texto: Téo Mascarenhas
Fotos: Divulgação Aprilia
Assista ao vídeo sobre o emplacamento das motos de 50cc em Pernambuco, a matéria foi ao ar na TV Jornal / SBT
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