Michelin Power Pure. O pneu esportivo mais leve já desenvolvido até hoje para motos de alta performance.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

RevistaExtreme.com | Michelin Power Pure

As motos vêm passando por evoluções desde os anos 1980. Há mais ou menos 10 anos, os fabricantes de pneus passaram a investir em um desenvolvimento tecnológico “absurdo”, aumentando muito a performance geral de uma motocicleta, o que nenhum outro desenvolvimento na própria moto seria capaz de fazer. São investidos anualmente US$ 650 milhões pela fábrica francesa Michelin no desenvolvimento de pneus.

Esse desenvolvimento em geral e principalmente dos pneus de rua foi muito grande. Hoje, praticamente iguala a performance dos pneus de corrida, somando durabilidade e principalmente versatilidade. São perfeitos também em dias de chuva, passeio até com garupa e diferenças térmicas radicais. Um dos maiores compromissos é oferecer a mesma aderência, seja na Rússia a -20ºC, como no Brasil, em época do Carnaval com mais de 60ºC de temperatura do asfalto.

O novo pneu da Michelin chega para dar um pulo a mais em esportividade em comparação ao modelo Pilot Power 2CT, um dos pneus mais eficazes e com sucesso de vendas de todos os tempos. O novo Power Pure vem com uma técnica que se chama tecnologia de pneu leve, com uma redução de peso de 1 kg, além de mais aderência em uso esportivo.
Inércia alterada

Inércia alterada

No teste na Espanha, em circuito e estradas sinuosas, o novo pneu, com peso menor, diminui radicalmente o efeito giroscópio das rodas. Muitos devem se perguntar o que isso melhora na prática. Só para começar a explicação, as rodas italianas Marchesini, o sonho de qualquer piloto, têm sua eficiência reconhecida mundialmente por reduzir 1 kg em relação às rodas originais, aumentando bastante a esportividade da motocicleta.

Quanto maior o peso em movimento circular, mais sofreremos com a força da motocicleta querer se manter em linha reta. Ao passo em que a velocidade aumenta, fica mais difícil alterar uma trajetória.

É o mesmo efeito de um carrinho de fricção, que tem uma roda de chumbo ligada internamente ao eixo e assim que empurramos, colocando todo peso circular em rotação, o carro se mantém em movimento por mais tempo.

Nas motos esportivas, precisamos cada vez mais frear em menos espaço, ter mais agilidade em mudanças de trajetória e rapidez em entradas de curvas. Até hoje, conseguíamos isso gastando cerca de R$ 6.000 em rodas, mais uns R$ 3.000 em disco de freio, para assim conseguirmos uma redução de um pouco mais de 1 kg.
Agora, podemos enxugar todos esses investimentos na próxima troca de pneu.

Na prática, parece que tiraram 20 kg da moto. Fizemos exercícios em uma chicane (um “s”) na pista, onde colocaram 1 kg de lastro nas rodas, igualando ao peso dos pneus concorrentes.

Repetíamos diversas vezes o exercício, fazendo com que a moto chegasse ao limite de inclinação de um lado para o outro rapidamente, alterando facilmente 90 graus (45 graus para cada lado). Foi totalmente sensível à evolução do Power Pure, porque essa mudança de trajetória ficou bem mais rápida, o que foi provado depois no computador através dos sensores de telemétrica na motocicleta. O tempo foi menor e a velocidade maior para execução do exercício com o novo pneu.
Melhora em 10% o efeito de inércia em relação a qualquer pneu.

Na telemetria, também pudemos acompanhar a menor flutuação do Power Pure por causa da redução de peso. Com menos peso, a flutuação (oscilação de massas) diminuiu bastante, oferecendo uma pressão constante e mais linear ao asfalto.
Novo pneu é um quilo mais leve e melhora a aderência em uso esportivo
Mais aderência

Mais Aderencia

RevistaExtreme.com | Michelin Power Pure
O Pure oferece muito mais aderência na categoria de pneus de rua esportivos. O ritmo em que andamos era quase igual ao de um pneu de corrida. As motocicletas, além de ficarem extremamente ágeis, têm muito mais grip já nos primeiros ângulos de inclinação.

Para termos uma noção melhor, o Pilot Power 2CT usa dois compostos. O pneu traseiro tinha 78% de área central em composto médio e a cada borda (direita e esquerda) uma área de 11% de composto mais mole. Isso foi feito para ter durabilidade e esportividade na inclinação máxima.

Porém, através de novos estudos, perceberam que praticamente mais de 90% do uso do pneu é em linha reta, em uma área de utilização de apenas 20% do centro. Com isso, o Power Pure, utiliza apenas 20% de composto médio no centro do pneu e 40% de cada lateral com composto mais mole. Sendo assim, em uso esportivo, com apenas 24 graus de inclinação, já temos 100% de composto mais mole em contato com o solo, ao passo que o Pilot Power ainda só teria composto médio em ação.

O dianteiro também tem dois compostos, porém nem o centro utiliza composto médio, é um intermediário entre o médio e o mole. E nas bordas, o composto mais mole possível. Em comparação com o Pilot Power, o pneu dianteiro tinha 80% de material um pouco mais duro ao centro e apenas 10% do mais mole para cada borda. O Power Pure tem 50% material quase mole ao centro e 25% de cada borda com o composto mais mole.

Na prática, isso permite com que a velocidade nas curvas seja bem maior, pois o pneu garante uma aderência muito superior com o composto mais mole. Aumenta a velocidade na curva e principalmente a oportunidade de enchermos a mão em saídas de curva.

Outro beneficio é que acima de 35 graus de inclinação, o pneu vira slick, sem perda de borracha para continuação dos sulcos (canaletas) de drenagem. Isso porque o pneu slick chega a 50 graus de inclinação, ao passo que um pneu de chuva chega a cerca de 35 graus, ou seja, acima dessa medida a motocicleta não vai inclinar com o piso molhado. Sendo assim, concentra o melhor do que se pode ter de aderência em piso molhado até esse ponto e, acima disso, podemos ter uma proposta de corrida para piso seco. As bordas do Power Pure não têm sulcos, oferecendo todo seu diâmetro com o máximo de borracha em contato com o solo. Quanto mais borracha, melhor aderência, conseguimos andar mais rápido e com mais grip nas inclinações máximas do pneu.
Chuva

Na chuva

Para estar mais em contato com asfalto foi diminuída a perda de área de contato, ou seja, diminuído os sulcos de drenagem de água do pneu, aumentando a borracha em contato com o asfalto. O modelo Pilot Power tinha uma perda de 13% de área de contato no pneu dianteiro e 11,4% no traseiro. O novo Power Pure, perde menos, no pneu dianteiro 12% e traseiro 10%, mas mesmo com menos sulcos de drenagens o pneu garantiu mais aderência na chuva. Um dos responsáveis por isso foi seu novo desenho, que seguiu bastante a colocação dos sulcos dos pneus de corrida de chuva. Com isso, aumentou o poder de drenagem e junto ao composto mais mole usado nas laterais, garante uma aderência muito superior.
No primeiro treino, andamos na pista totalmente molhada. Eu nunca tinha pilotado tão rápido na chuva. Joelho no chão, velocidade cada vez mais alta, e aderência fora do normal, foi muito além do que eu esperava.
Pilotando

Pilotando

Eu sempre fui fã de carteirinha do pneu Michelin Pilot Power 2CT, porque ele acima de tudo é versátil, sendo perfeito em todos usos possíveis de um pneu de rua. O Power Pure usou toda essa competência e aumentou muito a esportividade. A moto fica bem mais rápida em sequência de curva, pelo menor efeito giroscópio. Não é só teoria, funciona mesmo!

A melhor aderência é visível, é um pneu que casa perfeito, mesmo em um uso normal e até a quem quer se divertir mais esportivamente em dias de treinos em autódromos. É fato que eu o considero hoje como o melhor pneu street esportivo, é mais rápido até que o Pilot Power, pelo menos um segundo por volta nas condições que andei em Almeria. Mas o melhor é que o ritmo aumenta de uma forma segura, a moto fica muito mais grudada no traçado.

Mesmo andando no limite e muitas vezes em piso molhado, a perda de aderência foi muito pouca. Provoquei várias vezes escorregadas, e o melhor foi que a sensibilidade que ele passa é fantástica. Se ficarmos atentos, recebemos várias informações do pneu, dá pra saber facilmente quando vai escorregar. Mas o melhor de tudo é que quando escorregamos, não perdemos a moto de uma vez, ela sai e volta ao controle, diferente da maioria dos pneus esportivos. Permite que o piloto corrija por seus erros e não pague por eles.

Imagens: Michelin
Texto: Lendro Mello

1 comentários:

Anônimo,  19 de fev. de 2012, 11:58:00  

Eu estava em dúvida sobre qual pneu calçar a minha Z1000. Agora não tenho mais dúvidas. Vou de Power Pure

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